quinta-feira, 27 de junho de 2013

Fingidores


 Fingidores [comédia em nove cenas]
Autor: Rodrigo Rosp
Design: Samir Machado de Machado (capa) e Guilherme Smee (projeto gráfico e miolo)
Editora: Não Editora
Fonte da capa: Stag e Minion



O novo livro do escritor e editor Rodrigo Rosp, Fingidores, é uma comédia cuja divisão em nove partes referencia o teatro, mas a temática e o humor lembram muito dos filmes do Woody Allen, intrusões metalinguísticas inclusas, adicionando-se à isso uma visão cínica sobre o amor. Como acontece com os livros da Não Editora, tentamos incluir o máximo possível o autor no processo de criação da capa, e aqui a idéia surgiu trazido pelo próprio Rosp, após ver a famosa uma famosa foto dos anos cinquenta, que mostra uma platéia inteira entretida com seus óculos 3D.

Platéia na estréia de "Bwana Devil", primeiro filme colorido em 3D de longa metragem, em Hollywood, California, em Novembro de 1952 (foto de J. R. Eyerman).


Disso, expandiu-se para a idéia de utilizar diferentes reações da platéia nas aberturas de cada conto/cena. Conforme explica o próprio Guilherme Smee, criador do projeto gráfico: 


“Gosto de livros que além de bem pensados contém uma narrativa visual própria, como a Coleção Particular da CosacNaify. Como fizemos em alguns livros da editora, pensamos na obra como um conjunto que deve agradar não só imaginativamente, como na hora de fisgar o leitor para continuar folheando suas páginas além das livrarias, no conforto da sua casa, ou cama, ou poltrona, ou banheira. O Rosp queria que a capa do livro tivesse a ver com a foto que ele havia visto em uma aula do Mestrado em Escrita Criativa e sugeriu produzir uma foto semelhante. Mas como fazer as aberturas dos capítulos? A princípio o Samir sugeriu apenas repetir a foto da capa, pensei que dessa maneira o design interno do livro não contaria uma história. Então sugeri que cada abertura fosse uma reação das pessoas ao conto, ou ao título. No início, os títulos eram simples, então sugeri ao Rosp que adicionasse uma descrição do que acontece em cada capítulo, da maneira que muitas histórias em quadrinhos fazem. Assim, a reação da plateia ficaria mais evidente. Depois, discutimos qual deveria ser a descrição do capítulo e qual foto casaria com cada uma. Fizemos algumas opções e acabaram sendo escolhidas as que estão no livro. Caíram também os nomes dos capítulos e permaneceram apenas as descrições. Acho que foi um bom exercício de storytelling ao contrário”.



A produção das fotos, feita por Mariana Lopes, envolveu reunir uma platéia de cerca de quarenta pessoas numa sala de cinema de Porto Alegre. Acrescentando ao tom metalinguistico, praticamente todos os figurantes são também escritores, entre eles Altair Martins, Luisa Geisler, Monique Revillon, Rafael Bán Jacobsen, Reginaldo Pujol Filho, entre (muitos) outros.

 
Se formos falar sobre dificuldades técnicas na produção dessa capa, a coordenação de quarenta figurantes provavelmente seria a maior delas.


 
 

Um comentário:

Marcelo Martinez disse...

muito bom, samir!

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